Do último dia
Maurício Gringo
O homem, no último dia, abatido em seu horto
Sente o extremo pavor que a morte lhe revela
Seu coração é um mar que se apruma e encapela
No pungente estertor do peito quase morto
Tudo o que era vaidade, agora é desconforto
Toda a nau da ilusão se destroça e esfacela
Sob as ondas fatais da indômita procela
Do pobre coração, que é náufrago sem porto
Somente o que venceu nesse mundo mesquinho
Conservando Jesus por verdade e caminho
Rompe a treva do abismo enganoso e perverso!
Onde vais, homem vão? Cala em ti todo alarde
Foge dessa tormenta antes que seja tarde
Só Jesus tem nas mãos o farol do universo
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